São Paulo Míki nasceu em Kyoto, no Japão, no século XVI dentro de uma família cristã, nobre, que foi canal para que ele recebesse, ainda pequeno, a graça do batismo. A partir de então, buscou também viver a riqueza do “ser batizado”. Discerniu a sua vocação, entrou para a Companhia de Jesus, tornou-se um Jesuíta e correspondeu ao chamado do sacerdócio.
Profundo conhecedor tanto da cultura quanto da língua, foi um homem compadecido do seu povo. Como nos tempos de hoje, o Japão não tinha o Cristianismo como religião predominante, então, São Paulo Míki buscava responder à necessidade da evangelização pela oração e pela penitência. Com estratégias inspiradas pelo Espírito Santo, foi um homem dócil, de comunidade.
Ousado e corajoso, quando ergueu-se à perseguição do Cristianismo no Japão também acabou sendo preso, assim como seus companheiros; mas não arrefeceu na sua fé. Ele, que era um grande pastor e pregador, também no momento do confronto, indicou Nosso Senhor Jesus Cristo e a sua religião como o único Salvador e a verdadeira religião; verdade que perdura para todos os tempos.
São Paulo Míki, assim como os companheiros de missão e outros cristãos fervorosos, deram testemunho com a vida e também com a morte.
Em Nagasaki, foram todos crucificados em 1595. Sementes para novos cristãos, desde a passagem de São Francisco Xavier já se contavam 300 mil cristãos no Japão. Depois, muito mais com testemunho desses 26 companheiros de Jesus.
Peçamos a intercessão deste santo para que o nosso relacionamento profundo com Deus se traduza em evangelização para a humanidade.
São Paulo Miki e companheiros mártires, rogai por nós!
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Por Frei Alécio Broeming, OFM, autor do livro Há anos venho sentindo a necessidade de escrever um livro modesto sobre os 26 Mártires do Japão. Muitas pessoas que visitam o altar a eles dedicado, em nossa Igreja de São Francisco de Assis, na Vila Clementino, São Paulo, querem saber como aconteceu esse martírio. A história dos Mártires impressiona mais ainda porque a maioria das pessoas nem pode imaginar que no Japão, país de tão poucos católicos, haja tantos santos que conseguiram a glória dos altares. Outro fato a ressaltar é que, na maioria, os Mártires eram leigos. Isto nos faz lembrar que a santidade não é privilégio de padres ou freiras; todos são chamados à vida de santos. E, finalmente, senti a necessidade de um livro sobre os 26 Mártires por estarmos no ano do Oitavo Centenário do Nascimento de São Francisco de Assis (1982): os Mártires, na grande maioria, eram franciscanos; já no século XVI tornaram São Francisco presente no Japão e viveram seu ideal até o fim. Eles são um estímulo e um desafio para nós no mundo materializado e secularizado em que vivemos e ao qual devemos levar o espírito humano alegre, altruísta e desprendido de São Francisco de Assis.